3 dicas para evitar que o seu cão coma as suas fezes

2024
Educação e outros

A coprofagia canina é um comportamento frequente nos cães: o cão ingere as suas próprias fezes ou as de outros cães.

01/06/2024

É conhecido por coprofagia o ato de um cão ingerir os seus próprios excrementos (autocoprofagia), os de outros cães (coprofagia intraespecífica) ou os de outros animais (coprofagia interespecífica). Trata-se de um comportamento muito frequente nos cães, especialmente quando são cachorros, e que preocupa bastante os donos, além de ser muito desagradável. O que a provoca e como podemos evitá-la?

 

O que é a coprofagia canina?

A coprofagia faz parte dos transtornos denominados pica: a ingestão de substâncias que não são próprias da alimentação da espécie. No âmbito dos transtornos de pica, é o mais frequente. Em muitos casos, manifesta-se na idade “infantil” do cão e desaparece por si só à medida que se vai tornando adulto.

Existe a crença de que se os cães comem os seus excrementos é porque «estão com falta de vitaminas ou minerais», mas as causas deste fenómeno podem ser variadas e geralmente estão relacionadas com problemas de comportamento. É preciso identificá-las com a ajuda de um veterinário para conseguir erradicar esta prática.

 

As cadelas comem os excrementos das suas crias

A única coprofagia habitual, que não é considerada um comportamento anómalo mas uma conduta estabelecida ao longo do tempo através da seleção natural, é a coprofagia materna com as fezes das crias. Em todos os canídeos, selvagens ou não, incluindo os cães, a mãe come as fezes dos cachorros para manter o seu «ninho» (a cama de parto) em perfeitas condições higiénicas, prevenindo assim o desenvolvimento de doenças nos cachorros. Este hábito representou uma vantagem adaptativa e, como tal, manteve-se nos genes e no comportamento instintivo das fêmeas.

 

Os cães podem comer as suas fezes por estas razões

  • É frequente que os cachorros ingiram as suas fezes logo depois de as produzirem para as fazerem desaparecer da vista dos donos, se tiverem feito esta necessidade num local inapropriado, para evitar as reprimendas.
  • O stress ou a ansiedade de separação também têm influência no aparecimento e continuidade da coprofagia.
  • O tédio, a solidão e a falta de interação com o dono e com estímulos ambientais podem estar na raiz do problema. O cão come as suas fezes simplesmente para se entreter. Por vezes até brinca com elas antes de as ingerir.
  • Pode ser uma estratégia para chamar a atenção do dono ou da família, ainda que seja por esta via.
  • A falta de higiene, se o cão viver num ambiente sujo.
  • Se viver com gatos, pode considerar as suas fezes «apetecíveis», ou sentir curiosidade por elas.
  • Se conviver com outros cães, pode comer as suas fezes por submissão aos cães dominantes, ou imitar o comportamento de outros cães que ingiram as suas fezes.

Doenças que podem causar coprofagia canina

  • Insuficiência pancreática exócrina (costuma ser a mais frequente).
  • Parasitose intestinal.
  • Síndrome de má absorção.
  • Infeções intestinais.
  • Diabetes mellitus.
  • Hiperadrenocorticismo.
  • Outras causas intestinais ou digestivas.

 

Comer as suas próprias fezes é prejudicial para o meu cão?

Muitas vezes os donos sentem preocupação pela possibilidade de este mau hábito ser prejudicial para a saúde dos cães. O risco mais evidente é o de ingestão dos excrementos de outro cão que possa ter alguma doença parasitária ou viral – que desta forma, por via fecal-oral, seja transmitida aos seus cães.

 

Como evitar que o seu cão coma as suas fezes

O primeiro passo é sempre consultar o seu veterinário para que examine o cachorro ou o cão adulto e, após realizar um exame completo e exames de diagnóstico, se necessário, descartar ou confirmar a existência de doenças que possam estar a provocar este comportamento. Se assim for, o profissional prescreverá o tratamento adequado.

 

Educação para que o cão não coma as suas fezes

Se não existirem doenças ou a presença de parasitas e a pica se dever a problemas comportamentais, teremos de pôr mãos à obra para a erradicar:

  • Não permitir nunca o acesso às fezes. Apanhá-las imediatamente após o cão defecar, pois os cães que comem a sua matéria fecal tendem a preferi-la «acabada de fazer». Costuma ser eficaz não deixar que o cão nos veja a apanhar as fezes. Por vezes fazê-las desaparecer sem que o cão perceba ajuda-o a sair desse loop.
  • Se for cachorro e defecar no tapete absorvente, felicitá-lo e apanhar imediatamente as fezes, não lhe permitindo brincar com o tapete nem com as fezes. Muitas vezes, levá-lo a passear (se for possível) no horário em que faz as suas necessidades promove o desinteresse pelos seus excrementos. Pouco a pouco, o estímulo de estar na rua fará com que deixe de ter uma obsessão por comer as suas fezes.
  • Correção e alteração do comportamento pela positiva: no momento em o pratica, através de um «não» num tom alto e grave. Aí podemos dar-lhe uma ordem que o faça abandonar o comportamento indesejado (comer as fezes). Por exemplo, podemos pedir-lhe que venha ter connosco ou que se sente ou ainda atirar-lhe a bola, e nesse instante recompensá-lo. Desta forma distraímo-lo para que se esqueça das fezes.
  • Aversão ao sabor: a inclusão na ração dos cães de produtos que dão mau sabor às fezes não revelou resultados 100% satisfatórios, e deve ser sempre supervisionada por um veterinário.

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